e agora, você?
o sonho acabou?
todos ficaram
e você se foi.
então, não fosse,
talvez, um sonho real?
ou então um sonho obscuro,
destes que sonham apenas
os sonhadores. não
por gostarem, mas por serem capazes disto.
não que não gostem,
mas sofreram intensamente
a dor e a alegria.
num êxtase sadomasoquista.
e agora, meu deus?
você que nem existe.
se faz existente
o falso amparo que
sustenta tantas almas desesperadas.
vossa mercê, que
através de mercenários
matam em seu nome.
era melhor ser filho
do outro, que pelo menos
me deixa em paz.
e agora o que é?
suas verdades bradadas,
que limita o mundo
à sua incompetência
de perceber a beleza nas coisas.
me diga pelo menos
o que tenho.
o que tenho que fazer, sentir, gostar.
o que não é
(o que não fui)
o que não sou.
e agora, querida.
tantos sonetos já foram
feitos pelas belas emoções
dos amantes.
mas este não é
um soneto.
é apenas mais uma poesia sem métrica.
não tem métrica pois não é pela beleza das palavras que se expressa a beleza da vida.
não é como aparenta. mas como se sente.
não é um soneto porque não pensei nisto antes.
e eu que agora faço? desta
incoerência,
lógica explicada
pela distorção
de mim,
parto.
parto da felicidade
parida do meu
amor, em que posso me acomodar.
e agora? seu covarde!
fujas, como eu fujo.
desde que possa
fingir algum valor
destes que dizem ser
nobres, honrados ou
quaisquer outras balbúrdias.
eu, pelo menos, digo-vos sinceramente:
não consigo terminar decentemente este poema.
e agora que nada
ainda está perdido.
a esperança pode
tardar e falhar.
abismo
-
"Não tem fim do mundo mais iminente do que quando você tem um mundo do lado
de lá do muro e um do lado de cá, ambos tentando adivinhar o que o outro
está f...
Há 6 anos

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