gula

nada de rigor diet ou light
a gula é uma consequência de nossa biologia. somos onívoros. onívoros como os ratos, mas a diferença é que (alguns de nós) temos a opção de não ter que nos rastejar pelos cantos escuros das cidades para conseguir o alimento. a questão da onivoria, porém, não sussita apenas a questão biológica, mas a psicológica e até mesmo antropológica e sociológica.
poucas coisas superam o prazer de comer, ainda mais quando temos fome. a possibilidade de degustação sem dúvida é uma das melhores coisas que conquistamos ao longo da evolução.
deixamos de caçar/coletar, e isto nos deu mais tempo para comermos, e mais que isso, apreciarmos o alimento.
a cada solução, porém, há diversos novos problemas. a alimentação se tornou banalizada. alimentos que antigamente era servidos em rituais e festas se tornou comum, mas ainda hoje é sinal de certo status: denota abundância e consequentemente riqueza. além disso o ritmo frfenético do mundo (capitalista) atual criou restaurantes fast-foods, congelados e instantâneos, que são, na maioria das vezes, uma agressão ao paladar.
a psicologia nos põe o dilema do onívoro. porém nbem tudo é comestível. mecanismos como o gosto pelo gordo e doce(que são bens relativamente escassos no meio não-antropizado) são altamente energéticos e têm como consequência doenças, devido ao excesso de ingestão, que antes eram controlados por tabus e normas alimentares.
nos viciamos em comer. precisamos ficar sentindo sabores o tempo todo. a bala, o chiclete, o refrigerante, o suco, o cafezinho, o sorvete, o tempero.
o tempero é , desde séculos atrás, um vício humano. a américa foi "descoberta" quando se procurava uma rota alternativa para se trazer iguarias das índias.
a gula é antes de mais nada uma dádiva, não do(s) deus(es), claro.
é fruto de prazer, bem estar e muitas outras coisas e em última instância, um pecado.
aliás a gula se assemlha à larica (sintoma causado mela "erva-do-diabo"): a necessidade por sabores que apeteçam nossos instintos alimentares.