4.3.07

então é isso.

"porque não podemos
juntar todas as pessoas
de quem gostamos
e ficarmos juntos para sempre?
alguém sempre vai embora
e então temos que dizer adeus.
eu odeio dizer adeus."
charlie brown, em snoopy volte pra casa


sempre gostei de snoopy. charles schultz era um mestre na personificação de coisas relevantes da vida social humana, e da melhor forma: em desenhos. sentimentos 'adultos' em personagens infantis. depressões, angústias, frustrações e alegrias como poucos conseguiram descrever.

a dor da despedida, dor por saber que tudo que se conhece e se gosta será diferente para sempre a partir deste momento.
a dependência de certas pessoas para nosso bem estar...

o silêncio é bem expressivo, mas o choro deve ser o clímax da expressão humana.
quando as palavras não saem por causa de um nó na garganta e não por que não se sabe o que dizer. choro. choro pela alegria que tive e pelo vazio que a substituirá. a incerteza do futuro promissor e o passado glorioso conflitam dentro de mim.
medo de nunca mais encontrar algumas pessoas...
o desespero de se ter amizades. a dor de gostar de certas pessoas que ensinam tantas coisas que são realmente relevantes na vida. companheiros para todas ocasiões. mesmo quando permaneço num certo ostracionismo eles são as pessoas a quem recorro, por saber que se preocupam, que querem o melhor, por pior que eu seja.

ainda é difícil aceitar esse tipo de perda.
por isso choro.

por isso choro em desespero.

Um comentário:

Anônimo disse...

Partir andar, eis que chega essa velha hora tão sonhada, nas noites de velas acesas, no clarear da madrugada. Só uma estrela anunciando o fim, sobre o mar, sobre a calçada. E nada mais te prende aqui, dinheiros, grades ou palavras.

Partir Andar, eis que chega... não há como deter a alvorada. Pra dizer, um bilhete sobre a mesa. Pra se mandar, o pé na estrada. Tantas mentiras e no fim faltava sempre uma palavra, faltava quase sempre um sim, agora já não falta nada.

Eu não quis te fazer infeliz, não quis... Por tanto não querer, talvez, fiz.

Partir andar, eis que chega essa velha hora tão sonhada. Nas noites de velas acesas, no clarear da madrugada. Só uma estrela anunciando o fim, sobre o mar, sobre a calçada. E nada mais te prende aqui. Agora já não falta nada...

Não falta nada...


Partir, andar - Herbert Vianna / Zelia Duncan